Relatora do projeto de lei que criminaliza a
homofobia, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) pediu, nesta terça-feira (15),
“pressão” da população para aprovar a lei e afirmou que a bancada evangélica,
principal oponente do projeto, é “muito barulhenta”.
Segundo a senadora, uma
“maioria silenciosa” favorável ao projeto, ou pelo menos neutra, vai se
posicionar se a população civil se posicionar a favor do projeto.
Marta tem tentado viabilizar a
votação já em outras ocasiões na Comissão de Direitos Humanos na Comissão de
Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), mas sem obter sucesso com
grande oposição da bancada evangélica.
Segundo a senadora, os
evangélicos da bancada representam “uma minoria que é muito barulhenta e se
posiciona”. Ela alega que no país os homossexuais são vítimas de bullying e que
o projeto vai inibir a violência.
Entretanto, Marta sofre
críticas que não vem somente dos evangélicos. Grupos pró-família e outros
líderes religiosos desfavorecem a sua posição. Na mídia, o colunista da Veja,
Reinaldo Azevedo, expressa seu desfavorecimento afirmando que a lei é um
“coquetel de incostitucionalidades”.
“A dita lei anti-homofobia,
mesmo na versão amenizada que está no Senado, é um coquetel de
inconstitucionalidades,” afirmou em seu texto intitulado “Será mesmo que o
texto de Marta Suplicy de ‘combate à homofobia’ é aceitável? Resposta: ‘não’!”
“Pressão da sociedade”
significa a organização de grupos da militância gay em favor da lei - e,
obviamente, o silêncio de quem é contra o texto. E é evidente que se pode ser
contra não por preconceito contra os gays, mas porque a lei ofende o bom senso
e cria uma casta de aristocratas sob o pretexto de combater a homofobia”,
completou ele.
Para a pesquisadora Miriam
Abramovay, coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), existe o preconceito contra
homossexuais no país e ele pode se traduzir em insultos, violências simbólicas
e violência física contra os jovens homossexuais.
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