Graça e Paz.
Decidi escrever-vos sobre a depressão e como podemos ajudar aqueles que sofrem terrivelmente desta causa. Faço-o porque eu também fui vítima da depressão e sei por experiência a angústia de padecer deste terrível mal e das consequências nefastas que ocasiona.
Todos precisamos de saber que o foco da depressão é a opressão. O deprimido nada mais vê senão a opressão a que está sujeito. Não consegue libertar-se da causa da opressão e por essa razão vai-se exaurindo nos pensamentos e nas energias até que busca refúgio em algum lugar, acossado, pelo medo, do opressor que o persegue.
Encontramos nas Escrituras que o profeta Elias depois de
ter desafiado os profetas de Baal para que se provasse qual era o Deus
verdadeiro, caiu numa profunda depressão quando soube que Jezabel o mandou
perseguir para o matar, I Reis 19:2.
Elias, encontrou na fuga uma possível solução e
refugiou-se debaixo de um zimbro e desejou a morte. Então Deus começou a tratar
da sua depressão, desviando-o do foco que o oprimia. Enviou-lhe um anjo com pão
e água e depois fê-lo despertar para a grandeza de Deus e com isto a atenção de
Elias desviou-se do opressor para Aquele que se lhe revelava, I Reis 19:5-15.
Sabemos que a depressão se manifesta quando o homem está
debilitado pela perda, culpa e vitimização A consciência do homem perante estes
factos, não achando solução, dá lugar àquilo que chamo de foco da opressão. É
pois necessário libertar o deprimido do agente opressor. Esta é a missão que
cabe a todos nós que desejamos ajudar aqueles que sofrem deste mal.
Um dia, um amigo meu pediu-me que eu visitasse uma
senhora que estava em estado de depressão. Quando entrei no quarto vi que a
pessoa estava com aspecto muito angustiado de como quem se queria libertar mas
não o conseguia. Então eu disse-lhe: Levante-se, vá tomar o seu banho, vista-se
e vá para o seu trabalho pois precisam muito de si. Mais tarde passei no local
de trabalho e lá estava ela na sua actividade, num dinamismo impressionante e
confidenciou que depois de ter feito aquilo que eu lhe tinha dito, recuperou-se
da depressão.
Outra vez visitei um hospital em Krugersdorp, na África
do Sul, para visitar um jovem que sofria de problemas psíquicos. Muito me
impressionou ver uma jovem numa sala sózinha, tipo cela. Perguntei à enfermeira
a razão pela qual ela estava naquele isolamento.
Informou-me que era porque era agressiva e tinha atitudes
de querer agredir violentamente as pessoas. Perguntei então à enfermeira se
podia entrar naquela cela para poder falar à paciente. Depois de autorizada
pelos médicos lá me foi dizendo para eu me acautelar caso ela me quisesse
estrangular. Entrei então na cela e dialogando com a moça me apercebi de que
ela sofria terrivelmente da opressão de culpa. Ministrei-lhe a Palavra e ela
começou a entender que todos nós fazemos coisas horríveis e que ela era uma
criatura como todos os outros só que tinha considerado a sua culpa como um caso
sem solução. Vi que a causa da culpa estava focada pela opressão e que ela não
podia libertar-se, sózinha daquela situação. Então eu disse-lhe que a única
razão porque Jesus tinha nascido, não era para que todos celebrassem o Natal
mas para que considerássemos que Ele levou a nossa culpa, no Calvário. Que ela
já não deveria envergonhar-se nem dar importância ao sentimento de culpa porque
Jesus já a tinha perdoado. Mudando o foco do opressor para o Salvador, isto
numa sexta-feira fez que esta moça estivesse na igreja no domingo próximo.
Recebi há dias uma carta do Dr. Eric, um psicanalista que
me costuma escrever e ele dizia que perante os problemas tínhamos que nos
libertar deles remetendo-os para o subconsciente. Queria ele com isto dizer que
quando não conseguimos conscientemente resolver os problemas não vale a pena
ficar petrificados neles. O nosso subconsciente tratará de resolver o problema
e isto devido a uma soma de conhecimentos aprendidos durante a nossa vida e que
depois nos faz saber na consciência o resultado de como agir.
O meu amigo deve saber que quando não se lembra por
exemplo do nome duma pessoa, se ficar muito tempo a pensar qual é o nome dessa
pessoa cada vez mais a situação piora. Se disser, hei-de-me lembrar, mais tarde
vem-lhe ao consciente a lembrança do nome.
Tudo isto para dizer que enquanto estamos debaixo do foco
da opressão ficamos deprimidos e sem solução.
O rei Salomão homem que Deus capacitou com sabedoria,
assim escreveu:
“Confia no enhor de todo o teu coração e não te estribes
no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos e Ele
endireitará as tuas veredas, Pv 3:5 e 6.”
Finalmente direi que depois de confiarmos a Deus aquilo
que nos oprime devemos de mudar de pensamento porque se mantivermos o foco no
opressor, ficaremos petrificados como aconteceu com a mulher de Ló.
Nos dias de hoje em que estamos debaixo de uma grande
crise financeira, social, entre outras, não se esqueça de confiar a Deus as
suas perdas, culpas e a tendência de se fazer de vítima e procure louvar a
Deus, visite necessitados, faça o bem ao próximo porque Deus, com toda a
certeza que trabalha para aqueles que crêem n’Ele, Is 64:4.
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